terça-feira, 28 de julho de 2009






O MAPA MUNDE DA GRIPE A



Tinta países europeus reportaram, desde o início desta epidemia e até ontem, 17.733 casos confirmados, incluindo 33 mortes.Ontem, tinham surgido 552 novos casos. Fora da Europa registou-se um total acumulado de 129.005 casos confirmados de A(H1N1) e 817 mortes. Com a progressão do vírus, a colecta de dados actualizados é cada vez mais difícil. A Organização Mundial de Saúde deixou de publicar boletins periódicos, e alguns países (como os EUA e o Reino Unido) apenas reportam uma vez por semana.

Portugal e a gripe A
Desde o início de Maio ate dia 23/7 verificou-se, em Portugal, um total cumulativo de 188 caso confirmados de Gripe A (H1N1).
Estas pessoas têm vindo a retomar a sua vida diária, com normalidade, refere o Ministério da Saúde (MS).Ainda de acordo com nota do MS, “o surgimento de casos de transmissão secundária e o aumento de casos importados eram previsíveis pelas autoridades de saúde pública, tendo em conta a evolução natural da epidemia. Não há, por isso, qualquer razão para alarme, mas sim para uma atenção redobrada.”
São actualmente considerados locais de referência para a Gripe A (H1N1) os Hospitais Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa, os Hospitais de São João e de Santo António, no Porto, os Hospitais da Universidade de Coimbra, o Hospital de Vila Real, o Pediátrico de Coimbra e o Hospital de Faro. Mantém-se como objectivo principal a imediata localização e contenção dos casos.O MS alerta os cidadãos para, em caso de sintomas de gripe, independentemente de terem viajado para fora do país, contactarem de imediato a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) e seguirem as indicações que lhes são dadas. Esta deve ser a primeira medida a tomar antes de se dirigirem a um serviço de saúde.

Uma gripe sub-30
Um dos maiores “mistérios” desta gripe é o facto de ela não afectar tanto os mais idosos como seria esperado.
Alguns resultados laboratoriais apontam para uma “memória imunológica” das pessoas com mais de 60 anos, que terão sido infectadas com um fenotipo semelhante numa epidemia anterior.
Outros resultados: esta gripe “sub-30” afecta tanto homens como mulheres; os grupos que apresentam doença mais severa ou morte são as pessoas em más condições clínicas (incluindo obesidade mórbida), mulheres grávidas e bebés com menos de dois anos.No geral, a maioria das pessoas infectadas pelo novo Influenza A(H1N1) experimentam uma gripe pouco severa, com recuperação ao fim de poucos dias. Fonte: ECDCNo caso dos EUA, o rácio de fatalidade é de 0,4%, enquanto no Reino Unido é de 0,3%, sendo que os epidemiologistas admitem que, para o caso inglês, ele possa estar sobrestimado e, na realidade, ser mais baixo (entre 0,1% e 0,2%). Por precaução, as autoridades de saúde inglesas consideram três cenários para o Outono/Inverno, onde, no pior caso, o rácio de fatalidade chega aos 0,35% : http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/8159488.stm

À espera da onda
Os vírus pandémicos são imprevisíveis. Mas se esta pandemia se comportar como as anteriores, a maior onda de infecção 2009/10 deverá afectar entre 20% a 30% da população. Neste cenário, a taxa de hospitalização deverá situar-se entre 1% e 2%. Poderá ser maior, se coexistirem no próximo Inverno outras infecções respiratórias agudas.
Especialistas dos European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) dizem ser impossível prever exactamente quando cada país europeu será afectado, mas esperam uma primeira onda pandémica de forte intensidade no Outono. E mais cedo do que nas epidemias sazonais.
Com base no que aconteceu em Londres, na pandemia de 1918, os epidemiologistas do ECDC modelaram a onda “esperada”. Nos seus parâmetros incluiram a proporção de novos casos clínicos, consultas, hospitalizações ou mortes por semana. Neste cenário, o pico é atingido após cinco semanas de aceleração da onda de infecção (que, como se referiu, poderá acontecer cedo no Outono).
Também não é possível prever qual será o resultado da mistura, este Outono, entre o novo vírus e os vírus sazonais, incluindo os vírus do tipo B, que não competem directamente com os do tipo A.
Do ponto de vista científico, será uma observação fascinante, em tempo real, de um mecanismo natural de selecção. Do ponto de vista da saúde colectiva, espera-se que a cobertura vacinal (nova vacina) funcione e proteja boa parte da população e alivie as estruturas hospitalares.A actual vacina sazonal, que contém componentes activos contra outros A(H1N1), não é efectiva contra o novo vírus pandémico de 2009.
Os testes de uma nova vacina, em seres humanos, começaram ontem, na Austrália, para cerca de 500 voluntários, com duas versões de vacinas de dois laboratórios (CSL e Vaxine). Nos próximos dias deverão seguir-se ensaios clínicos em outros países e com outros laboratórios.
Resistência ao Tamiflu não surpreende

Esta semana, a Agência de Saúde Pública do Canadá noticiou a detecção de mais um caso de A(H1N1) resistente ao Oseltamivir (comerciamente conhecido comoTamiflu).
O vírus resistente foi identificado num homem de 60 anos, que não reagiu ao tratamento, e torna-se assim o quarto caso de resistência encontrada.
Os virologistas não estão surpreendidos: com o uso generalizado de Tamiflu nos países afectados pela pandemia, a identificação de casos esporádicos de vírus resistentes ao antiviral era previsível.
Muitos países estão agora a restringir a administração deste medicamento, utilizando-o apenas nos casos graves de gripe.O Tamiflu é um antiviral da nova geração de inibidores de neuraminidase (o outro é o Relenza).

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